São Paulo tem um jeito curioso de ensinar sobre beleza.
Ela não grita, não se exibe.
Está escondida — entre o cinza, o reflexo de uma janela, o pôr do sol que insiste em tingir os prédios de dourado.
Quando cheguei aqui, confesso que estranhei o ritmo.
Tudo gira como uma engrenagem. Tudo corre. Tudo parece urgente.
Mas foi no meio desse caos que aprendi a enxergar as pequenas pausas.
A pequenez.
O céu cor de cobre no fim do dia (sim, o céu de São Paulo pode ser colorido)
Os traços discretos que a cidade desenha quando ninguém está olhando.
A cada esquina, São Paulo me convida a me desafiar enquanto artista.
E talvez seja isso que mais me encanta: a mistura entre dureza e poesia.
Porque a cidade também é aquarela — só que em outra frequência, com outras nuances. O meio sempre influi.
Hoje, essa cidade é mais do que cenário: é parte da minha paleta.
Costumo dizer que quem sobrevive a São Paulo, sobrevive a qualquer lugar… e como boa aventureira que sou descobri que não importa onde você esteja:
Tudo se mistura e acaba virando arte.
Aprendi que o caos também tem cor… é parte fundamental da ordem que nem sabemos que estamos seguindo.
E que viver aqui é como pintar uma aquarela em movimento
imperfeita, intensa, real.
